Dois dias depois da chuva que levou a Prefeitura de Bebedouro a declarar estado de emergência devido aos estragos, moradores começaram a limpar a sujeira e a calcular os prejuízos. Segundo a Defesa Civil, o temporal começou por volta das 18h de domingo (10) e, em uma hora, choveram 95 mm, o suficiente para fazer subir os níveis do córrego e dos lagos artificiais.
A força da água na cidade de Bebedouro foi tanta que derrubou o muro da casa da cabeleireira Maria Teresinha de Oliveira, que perdeu móveis e eletrodomésticos. “A água derrubou um muro de 15 metros e invadiu minha casa, alagou tudo. Eu havia saído, aí quando cheguei a vizinhança toda estava em volta. Eu abri a porta e só vi lama, a casa toda enlameada. Mas graças a Deus o prejuízo foi apenas material”, conta.
A lama invadiu também o bar da comerciante Rosa Maria Morato, que começou a lavar o estabelecimento apenas na manhã desta terça-feira (12), pois o local ficou sem abastecimento de água durante toda a segunda-feira (11). “A água entrava pela porta de frente e saía pela dos fundos, ficou tudo cheio de barro. Hoje pelo menos tem água para limpar”, diz.
O diretor da Garagem Municipal, Luiz Carlos dos Santos, afirmou que depois de 30 horas ininterruptas de limpeza, o trabalho ainda não acabou. “O estrago foi grande. Hoje estamos só retirando pedras do meio da rua, que vieram do asfalto que foi arrancado e levado pela água”, afirma. Além das pedras, um caminhão, um trator e dois funcionários passam pelas ruas da cidade recolhendo entulho de casas danificadas.
Temporal
Segundo o comandante da Defesa Civil de Bebedouro, Luiz André Rosa Júnior, o terminal rodoviário e o prédio da Fepasa foram tomados pela água. Os corredores do hospital municipal também ficaram inundados, mas não foi preciso retirar os pacientes.
Com o transbordamento do córrego da cidade, as vias ficaram intransitáveis. Rosa Junior informou que a ponte que liga a estrada conhecida como ‘tomba carro’, que liga Bebedouro a Colina, foi interditada porque a estrutura ficou comprometida. Apesar dos estragos, não houve registros de pessoas desabrigadas ou feridas.
De acordo com Gilmar Aparecido Feltrin, diretor do Serviço Autônomo de Água (SAAE) e responsável pelo Planejamento e Obras, 70% da cidade ficou sem abastecimento de água até as 16h de segunda depois que um dos postos de captação foi danificado pela chuva. O problema afetou 53 mil moradores.
Segundo ele, os bairros Vila Paulista, Jardim União, Tropical, São Carlos, Centenário, São Paulo, Jardim de Lúcia, Boa Vista, Residencial Bebedouro, Laranjeiras, Jardim São Carlos e Jardim Cláudia foram os mais prejudicados.
Fonte: G1