Nesta terça-feira (25), às 20h, está previsto um protesto na Câmara de Bebedouro com 250 integrantes de um movimento contrário ao projeto decreto que permite a contratação de um assessor para cada um dos 11 parlamentares.
O Movimento Acorda Bebedouro, responsável pelo protesto, nasceu na semana passada, articulado em uma rede social, em solidariedade aos manifestantes do Movimento Passe Livre, em São Paulo. No dia 17 de junho, o Acorda Bebedouro interrompeu a sessão da Câmara ao invadir com 50 pessoas o plenário cantando o Hino Nacional.
O projeto que permite contratação de assessores foi aprovado em maio deste ano, com nove dos onze vereadores.
Luís Carlos de Freitas (PT) foi o único que votou contra. Já Nasser Abdallah (PV) e o presidente da Câmara, Ângelo Daólio (PSD), abstiveram-se de votar.
Um dos líderes do grupo Acorda Bebedouro, o professor de ensino técnico Francisco Figliagi diz que a proposta é iniciar um abaixo assinado contra as contratações e entregar em 30 dias à presidência da Câmara.
Pelo projeto aprovado, cada um dos 11 vereadores poderá contratar um assessor pelo salário base de R$ 2 mil. O contratado precisa ter apenas ensino médio e carteira profissional de motorista. Com 25 servidores concursados e mais três admitidos em cargos de confiança, o Legislativo passará a gastar mais R$ 264 mil com os assessores somente neste ano.
No sábado (22), o movimento fez uma passeata pela região central de Bebedouro com 250 pessoas que seguravam cartazes contra a contratação de assessores e também criticando a PEC 37 e os gastos com estádios da Copa do Mundo.
Outro lado
O vereador Tiago Elias (PCdoB), favorável à contratação, diz que os manifestantes talvez tenha entendido errado a intenção do projeto.
“A nossa Câmara é uma das que menos gasta na região e o dinheiro usado para admitir os assessores faz parte da verba que tem direito o Poder Legislativo”, justifica o parlamentar.
Elias também argumenta que a contratação dos assessores irá melhorar a qualidade dos projetos de lei apresentados pelos vereadores. Desde o inicio do ano, ele e o vereador Fernando Piffer (PSDB) mantêm assessores, mas remunerados com dinheiro dos próprios parlamentares.
Contrário às contratações, Luís Carlos de Freitas (PT) acha que a população deveria ter sido consultada em audiência pública antes da apreciação do projeto.
“O pior é que foi tudo de última hora, porque a proposta nem estava na ordem do dia de votação, mesmo assim foi aprovada rapidamente”, critica.
Dos 11 vereadores, três já contrataram assessores: Piffer (PSDB), Sebastiana Camargo (DEM) e Paulo Bola (PTB). Elias pretendia colocar no cargo Pedro Carnevazzi, mas a contratação foi barrada por configurar nepotismo, já que ele é cunhado de Freitas.
Fonte: Jornal A Cidade